Sindicato e Comissões de
trabalhadores das empresas REFER, CP e EMEF, juntaram-se na defesa daquilo que
consideram ser uma política de destruição do sector público dos transportes,
nomeadamente, do transporte ferroviário no Barreiro.
Está em causa um procedimento que
tem em vista o encerramento das oficinas da EMEF, Barreiro, com a perda
significativa de cerca de 150 postos de trabalho no Concelho.
Esta politica de destruição do
tecido produtivo nacional, revela um profundo desrespeito e desperdício de
conhecimentos específicos adquiridos ao longo de 150 anos de trabalho
ferroviário no Barreiro.
A tribuna contou com a presença
de vários dirigentes sindicais e comissões de trabalhadores, a que assistiram
mais duas centenas de pessoas, entre trabalhadores ferroviários e população em
geral.
Na abertura dos trabalhos, Filipe
Marques, do Sindicato Nacional dos Ferroviários, e membro do Conselho Nacional
da CGTP – IN, afirmou que o prosseguimento desta politica, ao longo de 3 décadas
anteriores, tem levado ao desmembramento e destruição do sector ferroviário, no
País e no Barreiro.
Arménio Carlos, Secretário-geral
da CGTP-IN, reforçou esta ideia, afirmando que os diversos Governos não
souberam ou não quiseram, aproveitar o “know-how” – e as condições de
trabalho existentes aqui no Barreiro, no sentido de desenvolver o sector
ferroviário, nomeadamente, na construção e reparação de comboios, desprezando
até um mercado potencial e eventual adquirente dos serviços aqui prestados, que
se traduz no mercado Africano, ou seja, Angola e Moçambique, acabaram por
adquirir tais serviços e conhecimentos a outros Países.
Carlos Humberto, Presidente da
Câmara Municipal do Barreiro, afirmou a vontade inabalável desta autarquia na
defesa da manutenção e conservação no Barreiro do Pólo Ferroviário, como forma
de desenvolver o Concelho e o País, defendendo que o importante é a manutenção
dos postos de trabalho.
Admite, no entanto, o Autarca,
que, na eventualidade de não se conseguir travar este processo de destruição do
tecido industrial, a Câmara tudo fará, para que seja possível preservar o
património ferroviário existente no Barreiro, de modo a evitar que este seja
votado ao abandono e vandalização.
A Tribuna contou ainda com
diversas participações dos presentes, que, a par da defesa da manutenção do
Pólo Ferroviário, referiram a necessidade de preservar a história, a cultura e
o património ferroviário, como parte integrante da história do Concelho, e das
memórias deste Povo.
No encerramento dos trabalhos,
foi apresentada uma petição pública em defesa do Pólo Ferroviário, a qual será
entregue na Assembleia da República e ao Ministério da Economia, onde se apela
a que o Governo mantenha o Pólo e os respectivos postos de trabalho, como forma
de dinamização da nossa economia e da produção nacional.
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